Cientistas de todo o mundo têm obtido, consistentemente, resultados convergentes no que se refere à evolução da temperatura média da Terra

Evolução

A temperatura média global da terra seguia uma tendência estável desde a era do gelo. No entanto, nos últimos 100 anos a taxa de variação e a magnitude do aquecimento global registado na Terra ultrapassam a dos últimos 24 mil anos.

Relação

Sabemos, por outro lado, que existe uma relação direta entre a variação da temperatura média da Terra e a quantidade de gases com efeito de estufa da atmosfera.

Os gases com efeito de estufa (GEE) existem naturalmente na atmosfera mas, quando em excesso, comportam-se de forma semelhante ao vidro numa estufa: deixam atravessar uma parte substancial da radiação emitida pelo Sol mas impedem a libertação do calor refletido pela Terra, prendendo-no na atmosfera.

Motivo

Tal como a temperatura, também a emissão gases com efeito de estufa (como o dióxido de carbono) sofreu uma variação brusca nos últimos 100 anos.

E esta alteração está, por sua vez, indiscutivelmente ligada à atividade humana, desde a segunda Revolução Industrial.

Setores com maiores emissões de GEE

Energia

O setor da energia, incluindo transportes, é o principal responsável pelas emissões de gases com efeito estufa no mundo. Para além do elevado impacto da queima de combustíveis fósseis na obtenção de energia, a sua perfuração e transporte também dão origem a acidentes ambientais muito graves

Desflorestação

A taxa de perda de florestas por ação do Homem em todo o mundo é alarmante e está sobretudo relacionada com a conversão dos solos em terras agrícolas e com a extração de matérias primas.

Construção

O setor da construção é responsável por mais de 40% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa na atmosfera, pela destruição em massa de habitats naturais e pelo consumo insustentável de recursos naturais

Agricultura

O cultivo a grande escala de uma única espécie vegetal tem um impacto muito nocivo na Biodiversidade, provoca o rápido esgotamento do solo e é responsável pela aplicação de elevadas quantidades de fertilizantes e inseticidas.

Pecuária

A criação confinada de animais é responsável por níveis perigosos de contaminação dos solos e das águas, pelo aumento da resistência a tratamentos com antibióticos e pela emissão de gases com efeito de estufa com elevada capacidade de retenção do calor na atmosfera.

Indústria

O consumo desenfreado e a compra de produtos de baixa qualidade e/ou de utilização descartável, são o resultado de décadas de modelos de negócio baseados exclusivamente no lucro e responsáveis pela produção descontrolada de resíduos.

Principais efeitos

  • Ondas de calor mais frequentes e mais longas

  • Intensificação dos incêndios

  • Períodos de seca muito severa

  • Escassez de água

  • Degradação da biodiversidade

  • Mudanças no comportamento da vida selvagem

  • Introdução de especies invasoras

  • Aumento da propagação de doenças infecciosas

  • Chuvas repentinas e inundações

  • Acidificação dos oceanos e alteração da circularização das correntes

  • Erosão costeira

  • Degelo

Previsões para 2050

Alimentação

Desastres naturais podem interromper cadeias de distribuição de alimentos e de bens essenciais e afetar a produção agrícola.
Regiões que já sofrem com a insegurança alimentar podem enfrentar desafios ainda maiores devido à escassez de água, ao aumento de pragas e à perda de terras aráveis, sendo expectável o aumento da fome e da desnutrição em comunidades vulneráveis.

Instabilidade Política

A competição por recursos essenciais, como água e terras férteis, pode levar a conflitos políticos graves. Além disso, eventos climáticos extremos podem sobrecarregar os sistemas políticos e de resposta a emergências, exacerbando as tensões políticas e sociais em todo o mundo.

Demografia

A população mundial atingiu em 2022 o marco dos 8 mil milhões de pessoas e a ONU estima que, até 2050, este número cresça para 10 mil milhões. Metade deste aumento projetado poderá estar concentrado em apenas 8 países.

Migrações

As populações que enfrentarem a escassez de recursos, a subida do nível do mar, a insegurança alimentar, conflitos e instabilidade política e a perda de terras férteis irão procurar refúgio noutros países mais seguros e estáveis. Isso pode levar a pressões adicionais sobre os países recetores e a desafios na gestão de fronteiras e na integração de migrantes. Se nada mudar, podemos atingir os 200 milhões de refugiados e deslocados climáticos em 2050. Isto representa 200 vezes mais pessoas do que as que se registaram durante a crise migratória da Europa em 2011.

Subida do nível do mar

A subida do nível do mar é uma das previsões com nível de confiança mais elevado e terá um impacto muito severo em áreas costeiras densamente povoadas. Atualmente considera-se extremamente provável a inundação permanente e irreversível de cidades do Bangladesh, Vietname, China e de povos insulares do Pacifico e das Caraíbas.

Vamos simplesmente conduzir-nos à extinção

Se nada mudar…